Santa Maria começa a sofrer com falta de gás de cozinha e revendedoras fecham as portas por não ter mais estoques

Bibiana Pinheiro, Mateus Ferreira

Santa Maria começa a sofrer com falta de gás de cozinha e revendedoras fecham as portas por não ter mais estoques

Foto: Gilberto Ferreira (Diário)

Em inúmeras cidades do Estado, o gás de cozinha está em falta ou com um número bem menor do que o costume. Moradores de Santa Maria e região relatam que, para encontrar o item, é necessário ligar para diferentes estabelecimentos. Alguns estão fechados por estar sem estoque, outros dispõem de poucas unidades. Essa situação deve durar por, pelo menos, mais três semanas.

O setor afirma que as refinarias e os estoques estão abastecidos. O problema no Rio Grande do Sul é a distribuição, devido aos inúmeros pontos de bloqueio em rodovias. Somado a isso, a falta de mão de obra na fase de enchimento dos botijões.


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No levantamento mais recente, cerca de 30% das revendas do Estado estão fechadas pela ausência dos botijões. Para Santa Maria, são necessárias cinco carretas com botijões diárias, mas, no momento, apenas duas chegam na cidade todos os dias. A carga é dividida entre todas as revendas, o que faz com que o estoque acabe rapidamente.

Foto: Mateus Ferreira (Diário)

No bairro Km 3, uma distribuidora estava de portas fechadas na manhã desta quarta-feira (15). O motivo é a falta de botijões desde o fim de semana passado. Já em uma distribuidora de gás no Bairro Tomazetti, o representante da Supergasbras, Fabricio Lorensi, diz que ainda há estoque, só que há dificuldade em receber novas cargas.


– Ontem (14), tínhamos algumas carretas se deslocando e um dos pontos foram bloqueados. Aguardamos que esse escoamento normalize, de alguma maneira, na semana que vem – afirma.


A indicação é evitar compras em excesso e precipitadas que possam causar a escassez do produto em Santa Maria.


Os maiores problemas

O setor espera que daqui a 20 dias, a depender do tempo e do fluxo das cargas, os estoques da cidade sejam normalizados. Mas, para isso, o presidente da Associação Brasileira de Entidades de Classe das Revendas de Gás Liquefeito de petróleo (Abragás), José Luiz Rocha, indica que o setor deve super alguns percalços:

— Os dois problemas principais estão focados na mão de obra para o envase e no fluxo de transporte. Foram criados alguns corredores alternativos para que as cargas possam chegar ao destino. Mas isso não foi tem sido suficiente. E no caso do envase, quem está nas distribuidoras está trabalhando além. Inclusive, algumas pessoas estão alojadas no local de trabalho, após saírem de suas casas.

A dona de casa Juraci Leal, 75 anos, está ansiosa para que a situação normalize, pois logo terá que comprar um botijão novo para poder cozinhar em casa.

– Na cidade não tem gás. Já falei até com restaurante, e estão sem gás. O meu está fraco e acabo tendo que usar, muitas vezes, o micro-ondas, o que gasta luz – conta.


Região

As distribuidoras estão determinando que muitas revendedoras busquem os botijões em Santa Catarina e Paraná, Estados que já estão cedendo cargas para o Rio Grande do Sul.

Em Júlio de Castilhos, uma das revendas de gás de cozinha aguarda a liberação de uma carga que vem da Região Metropolitana. A previsão é chegar até esta quinta-feira (16).

Foto: Gilberto Ferreira (Diário)

Valores
Diferentes órgãos estão acompanhando as alterações do preço. E, sim, o item está sendo vendido por valores mais altos. Resultado, também, de um custo maior para disponibilizar ao consumidor.


A situação nas distribuidoras

  • A Copa Energia, em Canoas –  Abastece 30% do Estado. Distribui para boa parte da Região Central. Está alagada e não está operando. Ela está se instalando em outra unidade da Ultragaz para viabilizar a entrega as revendas nos locais mais afetados

 
As distribuidoras também lidam com a logística de recarga dos botijões. Principalmente no caso da Copa Energia, que tem sede em Canoas e está embaixo d'água. Sem conseguir operar, cerca de 20 mil botijões estão parados.

 
Enquanto isso, a legislação indica que não é possível outras distribuidoras encher estes botijões. O setor já entrou com pedido junto ao Ministério de Minas e Energia para reverter momentaneamente esta norma, devido as circunstâncias. O que daria velocidade no fluxo de enchimento e maior disponibilidade do produto ao consumidor.


Santa Maria
Dados das 22h desta terça (14). A situação pode ter mudado em cada uma das revendas

  • ​No Bairro Caturrita – Os últimos botijões que chegaram foram vendidos em um intervalo de apenas duas horas
  • No Bairro Pinheiro Machado –  Havia poucas unidades. As que chegaram já estavam agendadas
  • No Bairro Tomazetti –  Tem unidades, mas a demanda é grande. Não sabem até quando durará o estoque
  • No Bairro Km 3 – Sem gás. Revenda de portas fechadas*

*Atualizado na manhã de quarta (15)

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